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10 REGRAS PARA SER UM BOM PROGENITOR MONTESSORIANO

Atualizado: 16 de jul. de 2019

Abordagem, materiais, actividades e ambiente: tudo deve ser coordenado para educar uma criança de acordo com o método Montessori. Mas como deve ser um progenitor, para realizar essa tarefa da melhor forma possível? No seu livro “Come liberare il potenziale del vostro bambino - Manuale pratico di attività ispirate al metodo Montessori per i primi due anni e mezzo”[1], Daniela Valente identificou uma série de regras para colocar em prática[2].



1. TRATEM A CRIANÇA COM RESPEITO

É importante que tenham uma atitude respeitosa em relação ao vosso filho, a mesma que teriam para com um adulto que amem e estimem. Evitem dar-lhe ordens, ao invés usem fórmulas de cortesia para com ele num tom calmo e paciente. Outra coisa é baixarem-se à altura dele quando lhe falam, de modo a poder olhá-lo nos olhos quando lhe falam e não de cima para baixo.


Respeito também nos mimos

Tratar a criança com respeito não implica que não seja mantido o papel de educador, mas significa considerar o outro como uma pessoa independente, não como nossa propriedade. Isto aplica-se também aos mimos: peçam-lhe autorização antes de dar-lhos, ou dêem-nos só se vos pedir. É bom recordar-se que não são cachorrinhos, mas seres humanos autónomos.



2. DISCIPLINA POSITIVA

Segundo Maria Montessori, cada criança veio ao mundo com uma tarefa especial para realizar, e a nossa tarefa é a de ajudá-la a encontrar o seu caminho acentuando o lado positivo das coisas. Para isto, é importante que utilizem formas linguísticas afirmativas, elogiando as suas acções e comportamentos positivos, corrigindo ao mesmo tempo os negativos. Isto significa evitar as punições verbais e físicas, preferindo poucas e claras regras que deverão sempre ser respeitadas.


Compreender para não punir

Deve recordar-se que por detrás de cada ‘capricho’ existe um mal-estar. A criança não quer que nós nos zanguemos, por isso é bom compreender quais são as motivações que movem os seus comportamentos. Todas estas atitudes ajudarão a criança a desenvolver uma maior confiança em si mesma e a ter uma visão optimista da vida.

3. FAÇAM-NOS EXPERIMENTAR NOVAS EXPERIÊNCIAS

Guardem os vossos medos na gaveta e deixem que a vossa criança experimente. Deixem-na ter liberdade parra errar. Não cometam o erro de julgar as suas capacidades com base na idade, porque cada criança é diferente e adquire as suas habilidades em momentos diferentes. Às vezes ficarão surpreendidos com as suas qualidades inesperadas, outras deverão consolá-la porque falha na sua intenção, nas desta maneira poderá aprender a conhecer-se melhor a si mesma e aos seus limites.


Estejam sempre perto da criança Não se assustem se a criança se aleijar por não conseguir realizar certa actividade. Verão que rapidamente saberá auto-regular-se, distinguindo aquilo que é capas de fazer daquilo que ainda não está ao seu alcance. Mostrem-se sempre confiantes nas suas capacidades e verão que, quando estiver pronta, aproximar-se-à sozinha das actividades mais difíceis.



4. NÃO A INCOMODEM

Se a criança estiver a brincar e se encontrar concentrada, evitem interrompê-la. Não comentem nem a encorajem, para ela brincar é um trabalho real e precisa de se concentrar para realizá-lo. Tentem deixá-la terminar a actividade em que se está a concentrar antes de passar para a próxima. Se devem mesmo interromper a criança, expliquem-lhe porquê e avisem-na atempadamente.


O défice de antenção Verão que se se comportarem desta maneira, sem interromper o vosso filho enquanto se concentra no desenvolver de uma actividade, não alimentarão as perturbações de atenção das quais muitas crianças hoje são afectadas.



5. É MELHOR ENCORAJAR DO QUE PREMIAR

A satisfação da criança pequena montessoriana não deriva de classificações ou julgamentos, mas daquilo que consegue obter por si só. Elogiem as suas acções, mais do que a própria criança: digam-lhe que desenhou um belo círculo ou que foi bondosa, não tanto que é bonita ou boa naquilo que faz.

6. CONFRONTEM-NA COM ESCOLHAS

“Não tomem como garantido que conheçam o vosso filho, substituindo tudo por ele. Dêem-lhe a liberdade de escolher as coisas que lhe concernem, como o sabor do iogurte para o lanche, ou o tipo de roupa que vestirá nesse dia. Assim habituá-lo-ão a tomar decisões, capacidade que lhe será útil para toda a vida”.



7. REDUZIR OS JOGOS

“As crianças não precisam de brinquedos, estão mais interessadas em fazer coisas. Para isso é inútil encher-lhes o quarto de jogos, é melhor fornecer-lhes os objectos e materiais, adaptados às suas dimensões, que possam utilizar para alcançar um objectivo útil”.


Actividades domésticas

Por exemplo, em vez de lhe comprarem uma cozinha em miniatura cara, dêem-lhe a possibilidade de cozinhar convosco. Fazer as tarefas domésticas enche as nossas crianças de alegria, por isso é importante habituá-las desde cedo a dar uma ajuda com a casa: limpar o pó, cozinhar e lavar os vidros, são óptimas actividades para lhes propor.


Os jogos certos

Não se pode no entanto pensar que os jogos sejam de todo os bandidos dos quartos das nossas crianças. “Escolham jogos que sejam bem feitos, educativos e bonitos. Quando os comprarem, perguntem-se se têm uma finalidade, se comportam decisões a tomar, se encorajam a exploração e a manipulação. Dêem à criança um jogo de cada vez, e quando for mais crescida ensinem-na a a arrumar uma actividade antes de começar com outra”.



8. DIGAM SEMPRE A VERDADE

A criança precisa de poder confiar nos seus pais. Conquistar a sua confiança “é um processo longo que se obtém com constância: para isso não devemos mentir nunca aos nossos filhos”. Isto também porque uma criança tem a capacidade de entender muito mais do que nós pensamos: “Expliquem-lhe as coisas com palavras simples, mas digam sempre a verdade; não inventem histórias que vos pareçam ser mais fáceis de compreender para lhe explicar as coisas”.


Uma promessa é uma promessa Também no caso das promessas é necessário ter muita atenção: “Não lhe prometam algo que não possam cumprir. Por exemplo, se a criança quiser ir ao parque, nunca

digam ‘Vamos mais logo’ se já souberem que não vai ser possível”.


A separação

Outra atitude importante a ter com a criança é a de lhe explicar as coisas: “Quando tiverem que deixá-la sozinha, por exemplo para ir trabalhar, avisem-na sempre. Não ‘fujam’, pois não só ficará ansiosa com a separação, mas sentir-se-á também gozada. Preparem-na para a vossa partida com antecedência, dizendo-lhe também quando voltarão. Despeçam-se sempre quando se vão embora, mesmo que chore: com o tempo aprenderá a gerir a separação”.



9. TEMPO AO TEMPO

A criança pequena não tem um conceito de tempo maduro: não pode compreender a diferença entre “mais logo” e “daqui a cinco minutos”. “Ela vive no presente. Portanto, quando tiverem que interromper uma actividade, avisem-na primeiro e procurem conceitos temporais que ela possa compreender”. Por exemplo, podem dizer-lhe que terão que ir embora do parque infantil quando tocarem os sinos, ou quando a sombra da árvore chegar ao banco.


Momentos preciosos

“Quando a criança for suficientemente crescida, poderão usar uma ampulheta para lhe fazer compreender o passar do tempo; talvez dando-lhe o espaço de uma volta de ampulheta para ler um livro, antes de pô-la a dormir. Porquanto for possível, quando estiverem com ela, esqueçam as rotinas e o relógio: a hora da papa e da sesta só têm sentido para vocês. Tentem ao invés compreender quando tem fome e quando tem sono, tentem propor-lhe aquilo que lhe serve quando precisa e não quando vos diz a vossa organização do tempo”.



10. STOP À TV

Como dito anteriormente, é importante focalizar a atenção das crianças: não as interrompam enquanto brincam ou fazem as suas actividades. “A sucessão rápida de imagens e sons proposta pela televisão impede a capacidade da criança de estar atenta, condicionando-a a esperar sempre algo de novo no espaço de poucos segundos. Para as crianças com menos de dois anos a televisão, o computador, o smartphone ou o tablet, não são instrumentos de aprendizagem. Está demonstrado ao invés que, por cada hora passada em frente à televisão nos primeiros dois anos, a vossa criança terá 30% de probabilidades a mais de vir a ter perturbações na linguagem e na aprendizagem”.





[1] "Como libertar o potencial do vosso filho - Manual prático de actividades inspiradas ao método Montessori para os primeiros 2 anos e meio" N.T.

[2] Escrito pela jornalista Alice Dutto e traduzido por Crianças Independentes.

 

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